Manhãs e poentes atravessam os meus
olhos e os horizontes permanecem à distância
de um sopro infinito. Há veios de ternura no
tecido baço das folhas, mas cada palma das minhas
mãos é um trilho desfeito pela tempestade que me
levou o tecto e me deixou para ser ruína.
E agora sou uma casa abandonada. Tão frágeis
as paredes do coração, que tremem. Tão finas que
transparece tudo o que já passou. A minha alma
é um poema verde manchado de sangue rompendo
as fissuras envenenadas das minhas paredes doídas.
E não sei porquê, resisto de pé. À espera de ser ruína.
Ou outra sombra qualquer.
Que chovam relâmpagos
ResponderEliminarBj
tão belo e tão dorido, Virgínia!
ResponderEliminarimporta lembrar sempre que "há veios de ternura no
tecido baço das folhas..."
beijo
"À espera de ser ruína
ResponderEliminarOu outra sombra qualquer"
Mas de pé!... Que vendaval logrará derrubar quem assim lhe resiste?
Um beijo meu
Lídia