Humanidade
























Pétala a pétala.

 Os olhos escorregam-me pelos precipícios
molhados de um inverno que teima
em chover

                  [pétala a pétala]

sobre este chão que me corre nas veias rompendo a pele
da Paz que nos falta. Gritos e gemidos que ressoam na
superfície da Humanidade a dor que vem do fundo de
um sofrimento afónico, comprimido no âmago de todas
as flores do mundo.
  
E eu choro, pétala a pétala, escrita com hastes de fome
e olhos tristes, uma certa cor que se some na areia de um
deserto sem lugar. Uma rosa dos ventos partida tentando
respirar como se houvesse espaço nas mãos do tempo
para mais um pouco de esperança. Uma beleza quebrada
ao meio num jardim dividido pelos homens,

pétala a pétala. 

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