Não há desespero algum neste estar só. Se permaneço
 imóvel é porque o silêncio é mais simples do que a voz
de alguém. Na fala dos outros há sempre a rouquidão das
coisas. O gemido latente das mãos a quererem mais. E no chão
fora de mim há estilhaços onde corro o risco de ferir os pés.  
Corações que se partiram contra as manhãs de vidro dos sonhos.

Aqui estou a salvo. Neste estar só onde é impossível enlouquecer.
Onde não há janelas que me atirem tempestadas. Nem sol que
me arda no peito. 


4 comentários:

  1. Um coração que se não deixa rasgar não pode dizer que viveu!

    Beijo meu

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  2. Com a liberdade que a coragem tem , assim vinda do nada, deixo-lhe uma palavra, Obrigada.
    Pela partilha deste sentir onde contemplamos o nosso , já sentido.

    Não há escuridão nem estilhaços e então a brisa dos dias de primavera que nos esvoaça os cabelos e acaricia o rosto?
    Virá e resgatará, assim que a liberdade traga consigo a coragem.

    A.

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  3. uma labareda a arder para dentro...

    ... e no entanto luminosa

    beijo

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