Disseste:
A rua termina onde tu começas. Aí é a minha casa.
E eu levei-te para dentro. Adormecemos de cansaço, alegres
por termos um chão de pele. Colámos o toque ao avesso das
pálpebras. Prendemos os pés à noite. Dissemos sim e outras coisas.
Bebemos reflexões e lógicas que fomos deixando cair ao dobrar
das esquinas temporais do nosso corpo único. Na tangência dos perímetros
de um pensamento partilhado arquivámos verdades e dúvidas.
Crescemos. 
e depois disseste:
A rua terminou onde tu começaste. Aqui é a minha casa.



5 comentários:

  1. Lembrei-me das estrelas!
    Como mantê-las acesas quando caem, desamparadas, nas águas que correm, imperturbáveis ?

    Gratidão? A minha, deixo-a toda, a uma "quase menina" que surpreende a cada momento: nas letras, nos livros, na coragem... Parabéns, Virgínia!

    Um beijo

    Lídia

    ResponderEliminar
  2. Uma bela síntese do ciclo inevitável das marés
    Bjs

    ResponderEliminar
  3. que dizer da tua escrita?!
    que é bela, que é madura e que eu gosto muito.
    um beijo
    :)

    PS:a foto está espectacular.

    ResponderEliminar
  4. Casa que te guarde. rua quanta alcances...

    Belíssimo. teu poema

    Beijo

    ResponderEliminar
  5. E a poesia começa quando aqui chego.
    Mas não acaba quando me vou embora, levo-a comigo...
    Brilhante, como sempre.
    Virgínia, tem uma boa semana.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar

Relevos

Poemas simples para corações inteiros